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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Barragem de Tapacurá chegam ao nível máximo


Barragem de Tapacurá chega à 100% da sua capacidade


Com o aumento das chuvas ao longo do Grande Recife e Agreste fez a Barragem de Tapacurá, em São Lourenço da Mata, chegar a 100% da sua capacidade e começar a verter, no final da tarde de ontem. O governo do estado, em entrevista coletiva, procurou acalmar a população.


"no final da tarde desta quinta-feira(05/05/2011)recebi a notícia que os funcionários do Hospital da Restauração entraram em pânico pela notícia do nível de água da barragem de Tapacurá.funcionários de várias empresas no Centro do Recife e Regiões Circunvizinhas deixaram seus postos de trabalho mais cedo e foram atemorizados para casa"


veja abaixo uma matéria sobre o boato de 1975(eu não era nem vivo) de que
a barragem iria estourar:

Tapacurá não tinha funcionado, ou pelo menos não como o Governo disse que funcionaria. O resultado foi o início da boataria, ainda no dia 17 de julho de 1975, de que a barragem teria estourado. A história mirabolante passou despercebida na ocasião, afinal, a cidade já estava mesmo completamente encoberta pelo rio Capibaribe. Só ganhou crédito quatro dias depois, quando já tinha parado de chover. O céu estava de um azul cintilante quando a correria começou.

“As vísceras da cidade ainda estavam expostas, o mau-cheiro no ar, quando surgiu o boato que o Recife voltaria a ser inundado por uma cheia ainda maior. As pessoas abandonaram tudo o que estavam fazendo e corriam sem saber para onde ir. Quem estava na rua tentava entrar nos ônibus, quem estava dentro pulava pela janela, carros eram abandonados no meio do caminho. Pacientes do hospital Barão de Lucena saíram às ruas ainda vestindo camisolões”, conta o jornalista. De acordo com a edição do DIARIO da época, três pessoas morreram do coração com o susto.

A população só se acalmou uma hora depois, quando carros de som começaram a circular a cidade com o desmentido oficial. Na época, o governo militar tentou atribuir o boato à ação terrorista, fato nunca comprovado. O mais provável é de que o disse-me-disse tenha sido uma reação espontânea ao que os jornais à época classificavam de “psicose das enchentes”. A doença que causava medo de inundações foi curada apenas em 78, com as barragens de Carpina e Goitá – essas sim, construídas com a tarefa de conter as cheias do Capibaribe.

Mas o que aconteceria se Tapacurá de fato tivesse estourado? Possivelmente nada, como explica o então diretor de Operações da Compesa, Geraldo Araújo. “Rompimento de barragem acontece pelas laterais. A água escoa pelo paredão e vai revolvendo o fundo do rio. Essa onda suja levaria umas quatro ou cinco horas para chegar ao Recife e, se causasse algum estrago, ficaria restrito à Várzea. Apesar da fama, a capacidade de Tapacurá não é tão grande”, afirma o técnico.

Na hora do boato, em 1975, Araújo andava tranqüilamente pelo paredão da barragem. “Nem cheia ela estava”, lembra. Incrédulo, assistiu a uma inusitada corrida de equipes de rádio e TV ao local. “Naquele dia, dei uma entrevista a uma emissora de televisão afirmando que não havia nada de anormal na barragem. Passaram tanto essa gravação que até um ano depois eu era reconhecido na rua”.

Toda essa confusão já poderia estar rodando o mundo no filme Tapacurá, que os diretores Liz Donovan e Nelson Caldas Filho começaram a rodar em 2000, com patrocínio inicial da Celpe. Por dois dias, fechou-se o cruzamento da rua da Aurora com Conde da Boa Vista para a gravação das tomadas de pânico, com cerca de 400 figurantes, muitos deles voluntários. O projeto está atualmente engavetado por falta de outros investidores interessados, explica a cineasta.

[ARTE - originalmente publicada como HQ]

8h - Segunda-feira de sol no Recife, que começa a se recuperar das enchentes dos dias anteriores. As ruas ainda estão cheias de lama e fedem com os destroços trazidos pelo rio. As lojas do Centro estão lotadas de gente tentando comprar produtos de primeiras necessidades.

10h - Não se sabe como, surge o boato de que Tapacurá estourou. Rapidamente a notícia se espalha e toda a população começa a correr enlouquecidamente em todas as direções. O trânsito fica caótico, muita gente tem ataques histéricos e há quem invada edifícios mais altos tentando escapar da “onda gigante”.

11h - Carros de som começam a rodar a cidade para desmentir o boato. O próprio governador Moura Cavalcanti vai até a rua do Hospício e grita para a população que não há perigo. Rádios dão flashes com o desmentido. A polícia prende seis “terroristas” suspeitos de espalhar a mentira.

Enquanto isso, em Tapacurá…
Fazia sol e a barragem nem mesmo estava sangrando. O diretor de operações da Compesa, Geraldo Araújo, andava tranqüilamente pelo paredão de Tapacurá e olhava curioso para os carros de imprensa chegando ao local à toda velocidade…

Comerciante escapa de correria

O comerciante Ivo Pires Ferreira foi um dos poucos que conseguiu manter a calma depois de ouvir o boato de que Tapacurá teria estourado. Em 1975, Ferreira já era proprietário da Farmácia São Judas Tadeu, localizada em um ponto privilegiado da avenida Guararapes. Na hora da correria, ele estava dentro da loja Ele & Ela da rua Nova, junto com o filho de oito anos. “Foi aquela confusão. Começaram a fechar as portas com a gente dentro e eu insisti para sair com o menino”. Quando o comerciante chegou à farmácia, encontrou seus próprios funcionários baixando as portas corrediças em meio a um grande pandemônio. “Foi assustador. Pedi calma a todo mundo, mas estavam todos nervosos, querendo subir para os andares mais altos do prédio. Tinha até uma funcionária em cima de uma escada, dentro do banheiro, chorando e dizendo que ia morrer. Todo mundo achando que a água já vinha na Conde da Boa Vista”, diz seu Ivo, já rindo das próprias lembranças. O comerciante pôde até lucrar alguns trocados: naquele dia, venderam-semais de 70 caixas de Diempax, um calmante antidistônico hoje de tarja preta. No dia 22 de julho de 1975, a farmácia São Judas Tadeu aparece na primeira página do DIARIO: ela está ao fundo de uma das fotos onde o povo, desesperado, corre em todas as direções para fugir da enchente.

Mulher passa 15 horas em árvore

Depois da cheia de 1975, a professora Marluce Macedo sentia calafrios só de ver uma caixa d’água enchendo. Não era para menos. A casa em que morava no Prado foi completamente inundada e ela perdeu tudo o que tinha, inclusive as roupas e um piano de estimação. Pior do que isso foi a experiência de passar 15 horas entre os galhos de um jambeiro. “Tinha muito medo de cobra e rato me morderem. Me pendurei lá de 1h da madrugada e fiquei até as 16h do dia seguinte. Os bombeiros passaram num barco, coitados, e não tiveram como me tirar da árvore porque a correnteza estava muito forte. Disseram que, se acontecesse qualquer coisa, estariam com uma corda no final da rua para me apanhar”, relembra. A situação era tão séria que helicópteros da Força Aérea Brasileira sobrevoavam os bairros inundados para localizar gente ilhada. “Só comi um pão-doce no outro dia, porque meu sogro jogou na árvore amarrado dentro de um saco”, completou. No dia 21 de julho, quando Marluce já estava tirando a lama de dentro de casa, chegou oboato de que Tapacurá tinha estourado. Traumatizada pela situação que acabara de viver, ela pegou o filho Fred, de apenas oito anos, e saiu correndo sem direção na tentativa de fugir das águas. “Fui bater na frente do Bandepe da avenida Caxangá, sem nem saber porque estava indo para lá. Só depois chegou o desmentido”, completou.

Peixe-boi esquecido no Derby

Em 1975, Xica ainda era chamada de Chico, por puro desconhecimento de quem a mantinha no pequeno tanque da praça do Derby. O peixe-boi era, então, a principal atração do local para as crianças que o lotavam no final de semana. Com as chuvas dos dias 17 e 18 de junho, o bairro ficou completamente inundado pelo rio Capibaribe e pelo canal Derby-Tacaruna. Não foi diferente com o tanque de Xica, coberto pelas águas ainda nas primeiras horas da enchente. Tendo que dar conta de milhares de pessoas desabrigadas, a Prefeitura do Recife só lembrou do peixe-boi quando as águas baixaram e todos já tinham se acalmado ao descobrir que Tapacurá não tinha estourado. Àquela altura, já se achava que o peixe-boi tinha fugido e nadado para o rio. Qual não foi a surpresa quando verificaram que Xica continuava morando na praça do Derby, se alimentando do capim-de-burro que passava boiando na correnteza. O DIARIO publicou esta história no dia 26 de julho de 1975, para tranqüilizar os fãs do animal. Com a criação do Centro de Mamíferos Aquáticos, em 1992, Xica foi transferida para Itamaracá, onde ganhou um tanque mais adequado e descobriram seu verdadeiro sexo. Até hoje ela vive no CMA e, com idade estimada de 42 anos, é o animal mais velho aos cuidados do Projeto Peixe-Boi.

de qualquer forma temos que ficar atentos!!!

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